15 de janeiro de 2010

Resta-nos a cumplicidade do olhar

Hoje, continuo sentada no mesmo sofá que há 2 dias atrás. Aliás, faz uma semana (talvez até faça mais do que isso!) que não saio deste sofá. Aqui faz-se de tudo: ouve-se 'fon fon fon', canta-se a vozes, discutem-se dores de barriga ou dores de coração, dão-se gargalhadas (e, não querendo quebrar o equilíbrio, também se dispensam uns minutinhos para as lágrimas!). Há tempo para tudo (menos para o que é preciso). A sensação que nos dá (a mim e às minhas companheiras de aventura) é que o mundo se faz aqui dentro e, lá fora, só o vento é que corre, sozinho, abandonado pelo tempo, que se fechou connosco.

Neste lugar, quente, transpirado, com um cheiro intenso que resultou do nosso respirar apressado, o tempo, ao contrário do que acontece lá fora, foge-nos das mãos e, num instante, a frescura das nove da manhã transforma-se em estupidez de meia noite.
De vez em quando surge uma cara nova, alegre, que traz consigo balões de arco-íris e nos ilumina a aura. Mas essa pessoa acaba por sair, levando consigo o que sobra de toda a cor que trazia.

A nós, fervorosas adeptas da força da vontade, resta-nos o silêncio, a cumplicidade do olhar.
E que felizes somos com ela.

1 comentário:

  1. E que felizes somos com ela, porque não desconfiamos; choramos e rimos como se não houvesse amanhã, talvez porque não há mesmo. O amanhã é um país distante que não interessa a ninguém. Interessa-me o agora, interessas-me tu com as tuas bolas de arco-íris, e o teu sol no cabelo. Adoro o teu blog, e coiso (meaning coisas maricas que depois te direi :D)

    Um beijinho*

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