18 de setembro de 2010

Modo Erasmus: On!

Num suspiro muito sossegado e pessoal: 'Porque é que Nutella tem de ser tão bom?'
A Ana é como eu: para enganar a consciência, come meia fatia de pão de cada vez. A Mariana gosta tanto de chocolate que prefere abdicar dos farináceos. Já a Maria alterna a Nutella com a manteiga e lá vai sendo a mais saudável das quatro. No final comemos sempre o 'iogurte comunitário' e combinámos que para a próxima matamos o bichinho com uma peça de fruta. O que vale é que já nos vamos conhecendo e, portanto, podemos todas descansar porque, quando nos voltar o bichinho, ninguém se vai opor à Nutella.
O nosso dia-a-dia vai-se fazendo assim: entre passeios, festas, alvoradas tardias, sessões de séries e filmes de altíssima qualidade, sessões fotográficas, pausas musicais, almoços e jantares na cantina, palermices.
Há duas semanas, chegámos a uma cidade desconhecida. Dormíamos não mais do que 6h/7h por dia, saímos do Hostel e corríamos - todo o dia - de mochila ao peito (para evitar roubos), enquanto tentávamos decifrar mapas ou indicações de italianos.
Hoje, vivemos numa cidade que vamos aprendendo a conhecer. Dormimos mais do que devíamos, saímos de casa e corremos - porque queremos apanhar a cantina aberta - de carteirinha ao ombro, enquanto tentamos decidir se havemos de esperar pelo autocarro que nos leve duas paragens mais à frente ou se vamos a pé.

É estranho, isto de dizer que vivemos aqui.
Temos a rotina, temos o conforto. Mas a rotina continua a ser uma novidade todos os dias, e o conforto é semelhante àquele que temos quando estamos de férias.

No dia 11 de Setembro, o Coliseu foi o pano de fundo da nossa primeira verdadeira aventura nocturna. Levámos comida, bebida, experiências novas e abusámos daquele lugar que já nos é sagrado.
No dia 13, a Sara juntou-se à nossa (cada vez mais unida) comunidade e transportámos o Pulp Fiction (e a cama do Pedro e do João) para outra dimensão.
No dia 16, fomos espalhar magia pela noite de Roma. Cantámos no autocarro, e fomos aplaudidos de tal forma que confiámos no nossa valor enquanto grupo coral. Os turistas da Piazza Navona não concordaram assim tanto e tudo o que conseguimos foi um pontapé no copo que improvisámos para 'os lucros' da actuação. Ainda assim, como Comunidade Portuguesa de valor que somos, resistimos: a Cláudia enfeitiçou um palhaço e, mais tarde, com uma ajuda líquida tanto ò quanto valiosa, liderámos o Karaoke.
No dia 17, quisemos ser culturais e visitámos a Villa Borghese. Acredito que trouxemos grande parte da cor e do brilho daquele lugar, fechados nas nossas fotografias. À noite, o João transformou o Pay It Foward numa comédia.
Hoje, forçámo-nos a acordar às 9h da manhã e partimos a visitar o Museo Civilità Romana.

Agora, o João faz anos e festa mudou-se cá para casa.

Modo inglês com breves tentativas de parlare italiano: on!

Ciao!
(Podia, facilmente, habituar-me a esta rotina)

2 comentários:

  1. estranho, isto de dizer que vivemos aqui.
    Temos a rotina, temos o conforto. Mas a rotina continua a ser uma novidade todos os dias, e o conforto é semelhante àquele que temos quando estamos de férias.

    escrevi o outro sem ler este , que perspicácia :)

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  2. Perspicácia, sim.
    Mas eu diria ainda que são coisas de conchas do mar.

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